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Olá a todos!
Esta foi uma semana de pouco movimento no blog. Na verdade, esta esta sendo uma semana bastante notória; começou com um temporal devastador no domingo, ocorreram eventos cheios de coincidência, houveram acidentes dignos de um amaldiçoado pelo azar, hoje é sexta-feira 13, e só os céus sabem o que nos espera este sábado.
Antes de mais nada devo adverti-los de que sou uma pessoa extremamente cética. Não acredito em azar! Não acredito em gato preto! Não acredito em espelhos quebrados! Não acredito que é ruim passar em baixo de escadas! Sexta-feira 13, Etc...
E no entanto...
Cá estou eu! Me perguntando se eu não deveria ter ficado na cama na segunda-feira desta semana!
O lema desta semana está cheio de significado... Ao menos para mim. Para dizer a verdade, posso dizer que esta será uma semana com dois lemas, pois ambos marcaram o inicio desta segunda semana de abril.
Vamos a um breve resumo da história de como pensei nestes dois lemas hoje pela manhã, enquanto me encaminhava para o ponto de ônibus.
Tudo começou com o temporal de domingo passado que se abateu com fúria sobre o mundo de OZ (entenda-se Osasco – SP). E como todo bom temporal, ele derrubou árvores e postes elétricos por onde passou, mostrando como a suposta civilização mais avançada do planeta era pequena e ignóbil diante do poder da natureza.
Não obstante, nem todos sentiram os efeitos do temporal com a mesma intensidade. Eu por exemplo, que estava em uma região mais “civilizada” do município quando o temporal começou, não percebi o quão forte ele era.... Até que, após o cair da noite, quando o aguaceiro já havia passado e eu rumava para o bairro onde moro, percebi que os rastros do temporal não eram poucos; uma árvore caída em frente à entrada de um condomínio foi apenas um dos primeiros sinais do que me aguardava. O pior dos efeitos do temporal foi a falta de energia elétrica em todo o bairro. Posso dizer que este bairro, que se encontra no limiar de Oz e que faz fronteiro com outros dois ou três municípios, sofre com a queda de energia elétrica com certa frequência. Basta uma leve garoa para mergulhar o bairro na escuridão. E um temporal é capaz de fazer o bairro “quase” voltar aos tempos medievais, quando a única energia elétrica capaz de iluminar a noite era a que provinha dos temidos relâmpagos que rasgavam o céu, iluminando a terra por breves instantes.
– Logo a energia irá voltar! – Pensei eu, com toda a ingenuidade que as facilidades da vida moderna encravou em meus hábitos urbanos. Eu ainda tinha textos para digitar e não havia nada para fazer a não ser ficar sentado olhando a vela à minha frente derreter. Era 19:30 da noite... Havia tempo pela frente; se a energia voltasse até as 20:00 horas, ou talvez (na pior das hipóteses) até as 21:00 horas eu ainda poderia aprontar as postagens para a esta semana e poderia continuar trabalhando em meu livro.
20:00 horas – nada de energia. Fiquei sabendo que várias árvores haviam caído pelo bairro. Desisti de trabalhar em meu livro, mas tinha esperança de criar alguma postagem para esta semana (sem contar que ainda não havia escolhido um lema para a semana)...
21:00 horas – saí para andar pelo condomínio onde moro. Ao longe eu via, em contraste com a escuridão na qual estava mergulhado, às luzes urbanas dos bairros vizinhos. Eu parecia estar em uma ilha separada do mundo civilizado.
22:00 horas – após apreciar a escuridão da noite e já convicto de que a distribuição de energia simplesmente não seria restabelecida em tempo suficiente para voltar a minha rotina normal, resolvi voltar para o meu apartamento, onde; à luz de velas, comecei a ler um livro que peguei a esmo de uma pilha que havia separado mais cedo para o caso de eu ter tempo de ler alguma coisa... E a natureza me fez o favor de me dar tempo de sobra ontem a noite... E eis que comecei a ler (novamente) um dos livros que mais gosto de ler; o Hobbit.
Foi a combinação perfeita; sentado em meu escuro apartamento, iluminado apenas pela bruxuleante luz das velas eu mergulhei no clima do primeiro capitulo do Hobbit. Descobri que coincidentemente a história do livro começa em abril. E descobri que após começar a ler o Hobbit a noite sem energia elétrica já não parecia tão ruim.
Em todo caso, segunda-feira pela manhã, ao me encaminhar para o ponto de ônibus pensei em como as coisas são diferentes quando as facilidades do mundo moderno nos são retiradas mesmo que apenas por pouco tempo. E foi então que lembrei de uma das frases de Elrond, no livro “A Sociedade do Anel”:
“Não jure que caminhará no escuro aquele que não viu o cair da noite. – Elrond.”
E pensei que este seria um ótimo lema para esta semana... Porém, alguns instantes antes de chegar ao ponto de ônibus... Após ver que o ônibus municipal já havia passado e que o ônibus que eu pego poderia estar se aproximando... Eu corri... Corri e torci o tornozelo (mas não foi uma leve torção; cheguei a ouvir qualquer coisa no meu pé estralando e minha visão ficou turva com a dor)...
E foi então que percebi que o dia ainda era noite para mim... A menos que começar a semana de trabalho com uma torção feia no tornozelo seja algum sinal irônico de sorte (uma sorte distorcida e controversa).
Lembrei então de uma das frases que já ouvi minha esposa usar ao se referir ao seu dia de trabalho: “Há dias que parecem noite”!
Então penso ter dois lemas para esta semana...
“Há dias que parecem noite!”
E...
“Não jure que caminhará no escuro aquele que não viu o cair da noite! – Elrond.”
E cá estou eu digitando este post. Tentando ignorar a dor no tornozelo (que mais parece uma bola de boliche). Espero que sua semana tenha começado de forma mais agradável que a minha. E espero que meu tornozelo melhore.
Não reclamarei mais das noites sem energia elétrica, até porque os céus parecem ter se zangado com minhas lamentações. E eu até compreendo a zanga dos céus, afinal, descobri que há coisas piores do que passar a noite à luz de velas...
Lembrando que hoje é uma sexta-feira 13!
Se você é cético, certamente você não dá a mínima para esta data e para os que nela acreditam!
Se você é supersticioso – ou qualquer coisa do tipo – certamente você não dá a mínima para o ceticismo do mundo moderno e para os que julgam saberem toda a verdade!
Mas independentemente de quem você é ou no que acredita, uma coisa é certa: “não jure que caminhará no escuro aquele que não viu o cair da noite”.
Espero que no próximo post meu tornozelo já esteja 100% recuperado. Então até lá!
PS.: Eu venho do futuro (mais precisamente de 2023) e, posso te dizer uma coisa: você era um tolo por ser cético, kkkkk! Ainda bem que você aprende (não tão rápido como eu gostaria, mas aprende) e se tornou uma pessoa mais esperta para as questões do além... Ou melhor, voltou a ser uma pessoa mais esperta neste sentido (nós dois sabemos que na infância eramos mais inteligentes sobre essas questões). Aguardo ansioso pelas sextas-feiras 13 (você não sabe: mas também aguardamos ansiosos pela lua cheia).
PPS.: Caro leitor, não dê atenção para esse diálogo entre um escritor do futuro falando com o seu eu do passado (já estou suficientemente envergonhado em ler os meus textos daquela época para me preocupar com o que vão pensar da minha sanidade mental: embora eu saiba que certamente dirão que sou algum insano). 😉