A Balada dos Dogmas Ancestrais: O Governador das Masmorras

Deuses Soturnos e Misteriosos guiam uma raça humana primitiva rumo ao florescer de uma ancestral e misteriosa civilização, mas por quanto tempo os humanos poderão contar com seus guias celestes?

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Uma balada para a todos lembrar:

que o declínio da civilização fará a todos sangrar

Em O Governador das Masmorras, conhecemos uma saga de fantasia sombria que se passa em um universo fantástico e exótico, cujos personagens se envolvem em mistério, violência, rebeliões sangrentas, seitas malignas, criaturas sobrenaturais com habilidades e intenções ocultas.


Nesse post apresento o prólogo A Balada dos Dogmas Ancestrais, uma canção que narra eventos ocorridos em uma época remota nesse universo fantástico e cuja história sobreviveu na cultura de poucos povos, como os Suna Mandís, cuja tradição oral e segredos místicos perigosíssimos são preservados e protegidos por seu povo devido a um pacto firmado por um ancestral remoto desse povo: um pacto sombrio que visa pagar um crime que condenou todo um arquepélago à ruína.

A Balada dos Dogmas Ancestrais é um poema que faz parte da saga “O Governador das Masmorras”, um projeto literário que estou desenvolvendo há alguns anos. A saga se passa em um universo fantástico no estilo “espada e feitiçaria”, onde a magia, a ciência e o terror se misturam em um mundo selvagem e perigoso.

Essa canção conta a história da humanidade neste mundo, desde os tempos antigos até os dias atuais, e o papel dos Reis e Guias, que eram seres virtuais que ensinavam e protegiam as pessoas. Os Reis e Guias eram na verdade alienígenas que podiam manipular a realidade e assumir formas físicas, mas que se afastaram da humanidade por causa do seu desvio e para preservar o seu livre arbítrio.

Baladas são uma forma de literatura que combina poesia e narrativa, e que tem origem na Idade Média. A minha balada se inspira na balada inglesa, que é composta por quatro estrofes de seis ou oito versos, com um refrão que se repete no final de cada estrofe. A minha balada tem um tom épico e poético, e mostra como as pessoas foram se distanciando da verdade e da compreensão, e se entregando ao dogma e à guerra.

Essa canção é uma forma de expressar o meu pensamento e sentimento sobre o mundo, a sociedade e a história. É também uma forma de apresentar o universo dessa saga, que inclui outras publicações e está em processo de revisão para futuros lançamentos. Espero que vocês gostem do texto e que se interessem pela saga “O Governador das Masmorras”.

Porém, há mais neste universo e a humanidade é apenas um dos pontos de vista apresentados: há outras espécies inteligentes nesse universo e criaturas místicas, alienígenas e misteriosas envolvidas nas mais diversas tramas.

Apesar de ser um projeto antigo que ainda está em andamento, ele está muito vivo e volta e meia recebe atualizações. Ele faz parte de um projeto literário maior, que inclusive já teve algumas publicações (como O Leão de Aeris e Os Demônios de Ergatan; que será repúblicado como "Os Segredos dos Suna Mandís" em mais de uma parte: espero que em breve).

No momento, o material que compõe todas as sagas dentro desse universo; esse mundo estranho, estão sendo revisados para que contos, novelas e até romances sejam lançados (em um futuro que, apesar de incerto, espero que não esteja tão longe). Para conhecer mais sobre esse projeto, eu indico um post antigo e também indico um post mais atual aqui do blog: em "O Povo das Mandalas Errantes" eu falo sobre os trabalhos mais recentes desse universo e explico um pouco também sobre o andamento desse projeto.

Agora, deixo vocês com esse prólogo em forma de poema: A Balada dos Dogmas Ancestrais.

Após a leitura, recomendo o post a Cela; que também faz parte da Saga "O Governador das Masmorras" no arco "O Ventre de Pedra".

Um Rei Ancestrai segura seu cetro e seu cajado enquanto ensina um humano a como se tornar um líder poderoso para o seu povo

Prólogo: A Balada dos Dogmas Ancestrais

No começo haviam as pessoas de antigamente;

No começo as pessoas de antigamente conheceram os Grandes Guias;

E os Grandes Guias eram muitos;

Destes muitos, apenas alguns tornaram-se Reis...

Os deuses de outro mundo eram muitos, mas apenas alguns tornaram-se os Reis das pessoas de atigamente

Os primeiros Reis das pessoas de antigamente;

Mesmo que eles próprios não fossem pessoas;

Os primeiros Reis eram os conselheiros dos homens;

Eram as conselheiras das mulheres;

Mas eles próprios não possuíam gênero;

Os primeiros Reis eram os guardiões das crianças;

Eram as marcas que personificam o semblante dos anciões;

Mas eles próprios não possuíam idade;

Os primeiros Reis não pertenciam ao espaço entre o inicio e o fim;

E, portanto, eles próprios não possuíam existência;

Eram o potencial de vir a ser;

Eram, portanto, virtuais;

E quando eles vinham a ser...

Entre o inicio e o fim...

Exerciam, portanto, as virtudes que representavam;

O governo dos primeiros Reis era cientifico;

Seu governo pautava-se na compreensão;

Pautava-se na tentativa de compreender o quer que fosse;

E o tempo passou...

E os primeiros Reis se foram após cumprir seu papel...

Ensinaram às pessoas de antigamente a dobrar o ferro;

A esculpir a pedra;

A moldar a madeira;

Ensinaram às pessoas de antigamente a cultivar a vida;

Semear sementes;

Tratar plantas;

Colher os frutos;

E recomeçar;

Ensinaram às pessoas de antigamente o preço do sacrifício;

Cuidar de animais;

Matar animais;

Comer animais;

Deixar os animais viverem;

Ensinaram às pessoas de antigamente sobre vida e morte;

E sobre eternidade;

Os Reis de antigamente ensinaram esses e muitos outros saberes;

Ensinaram a fazer ciência;

E se foram em seguida;

Para os Palácios Virtuais;

Além do domínio das pessoas;

E o tempo passou...

E a ciência virou Filosofia;

O governo das pessoas, então, pautava-se em teorizar;

Seu governo não fazia mais experiências...

Não fazia mais testes...

Não fazia mais...

Tentavam adivinhar a verdade...

Mas não a alcançavam...

Pois a verdade precisava ser compreendida!

Não adivinhada!

Os seres virtuais não possuem uma forma em específico, mas sim as virtudes que representam

Os Reis de antigamente visitavam as pessoas;

As vezes as aconselhavam;

As vezes as protegiam;

As vezes as ouviam;

Vinham para o espaço entre o inicio e o fim;

Para depois partirem novamente;

Para os Palácios Virtuais;

E o tempo passou...

E a Filosofia virou Dogma;

O Governo das pessoas, então, pautava-se em memorizar;

Pautava-se em repassar uma coleção de verdades imutáveis;

Seu governo havia morrido;

Passaram a ser governados por suas próprias leis;

Os Reis de antigamente visitavam as pessoas;

As vezes as protegiam;

As vezes as ouviam;

Vinham para o espaço entre o inicio e o fim;

Para depois partirem novamente;

Para os Palácios Virtuais;

E o tempo passou...

Os Reis Ancestrais partiram para os palácios virtuais

E o Dogma multiplicou-se;

O Governo das pessoas dividiu-se;

E cada novo Governo pautava-se em meias verdades...

Em verdades incompletas;

Nenhum Governo possuía Vida, mas todos possuíam Morte;

As pessoas eram governadas por suas próprias leis...

E estas os levavam a guerrear com outros Governos;

Os Reis de antigamente visitavam as pessoas;

As vezes as ouviam;

Vinham para o espaço entre o inicio e o fim;

Para depois partirem novamente;

Para os Palácios Virtuais;

E o tempo passou...

E os Dogmas viraram religiões, mitos, contos, alegorias;

Todas pautavam-se em leis corrompidas;

O Governo das pessoas há muito era uma ilusão;

Nenhuma religião, mito, conto, alegoria era suficiente para as pessoas governarem e viverem;

Todas as religiões, mitos, contos e alegorias eram mais que o suficiente para as pessoas serem Governadas;

Eram suficientes para as pessoas se matarem;

Os Reis de antigamente visitavam as pessoas;

Mas não se revelavam mais para estas;

Eram poucas as pessoas capazes de reconhecerem os seus antigos Reis e Guias;

Mesmo estas não os viam, pois eles mantinham-se escondidos, disfarçados, ocultos...

Apenas observando as pessoas serem Governadas por suas próprias mentiras;

Eles aguardavam que as pessoas tentassem alcançar os Palácios Virtuais...

Ou...

Aguardavam que as pessoas chegassem ao fim sem terem conhecido a eternidade;

Vinham para o espaço entre o inicio e o fim;

Para depois partirem novamente;

Para os Palácios Virtuais;

Os Palácios Virtuais estão além dos humanos; apenas os Reis Acenstrais e sua prole podem ver e acessar estas regiões ocultas dos planos existênciais

Sem terem sido notados em suas manifestações simbólicas e em suas roupagens materiais.

E assim, as pessoas de antigamente tornaram-se as pessoas atuais...

E assim, as pessoas de antigamente esqueceram seus primeiros Reis...

E assim, as pessoas atuais se encontram...

Em algum lugar entre o inicio e o fim...

Fora do alcance da eternidade...

Fora do alcance dos Palácios Virtuais...

Sendo Governadas por suas próprias mentiras...

Continua...

Se você gostou da história, vai gostar de ler também o Misterioso Relato da Donzela Alada e também a Cela; que também faz parte do arco O Ventre de Pedra da Saga O Governador das Masmorras.

Os Reis Ancestrais são uma forma de vida baseada em dados conhecida como Virtuais; criaturas capazes de moldar o mundo físico desde que os recursos e condições necessárias estejam disponíveis, podendo inclusive criarem um ou mais corpos físicos para habitarem ao mesmo tempo se desejarem