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Trinta dias tem setembro,
abril, junho e novembro,
vinte e oito ou vinte e nove terá um,
e todos os outros, trinta e um.
Chuva e neve e sol ardendo,
e a lua a cada mês vai crescendo. (RIMA INFANTIL)
São 21:41 de domingo, do dia 14/07/2024, embora esse post só vá ser publicado futuramente, provavelmente no final do mês de julho. Após uma sucessão de dias frios e úmidos de um inverno um tanto quanto estranho no que diz respeito ao clima, o domingo (este domingo) começou quente e ensolarado. Minha esposa e eu acordamos cedo para levar a Diana; nossa filha, na escola para a apresentação de sua peça de teatro (a escola; o SESI, oferece um curso de teatro que não faz parte da grade currícular). Isso foi por volta das 9 horas da manhã. Deixamos a Diana na escola e voltamos para casa. oras mais tarde voltamos para a escola para assistir à peça de teatro, acompanhados de nossa sobrinha Michelly (que é praticamente uma filha para nós). Também foram à peça o meu irmão e sua esposa (a Gisele), meu sogro e minha sogra, bem como meus cunhados: o Luciano e a Lucimara.
A peça foi divertida e nossa filha atuou muito bem: ela fez o papel do diabo em "O alto da Compadecida". Fiquei impressionado com o "poder" que a voz da Diana tem no palco. Ela tem muito potêncial artístico no que quer que ela se envolva: desenho, escrita, sonoplastia, teatro, etc. Mas sua voz, desde filhotinham sempre foi poderosa.
Bem, o dia trancorreu quente e agradável, sobre vários aspectos. Quando na noite chegou, trouxe consigo o frio... Diana, Michelly, Pituxa e eu saímos para um passeio noturno: Pituxa, nossa cadelinha caramelo com a cara de foca, adorou latrir para outros cães e também farejar e seguir os rastros de outros cães. Na volta para casa fomos surpreendidos por um coro de uivos vindos da "casa dos dez cachorros", já perto de nossa casa. E o coro de uivos que começou ali se espalhou por outras casas nos arredores. Fiquei me perguntando como seria o momento se fosse noite de lua cheia... Certamente seria uma noite propícia para lobisomens.
E por falar em lua cheia...
Horas mais tarde, sentei na cama para ler um livro de terror e página após página concluí a leitura de "A hora do Lobisomem" do Stephen King, um livro lançado originalmente em Novembro de 1983 com o título Cycle of the Werewolf. A minha edição é recente, publicada pela Suma de Letras (um selo da Companhia das Letras).
Trata-se de um livro bem curto; um conto, que trata do surgimento repentino de um lobisomem na pequena cidade de Tarker's Mills. O motivo para o surgimento do lobisomem me chamou bastante a atenção e creio que seja preciso explorar o universo do Stephen King em busca de maiores explicações. Estou quase certo de que essas explicações devam existir em algum lugar. Porém, não vou dar mais detalhes sobre o fato, para não dar muitos spoilers sobre a história.
Cada capítulo desse livro foca no ataque da criatura na lua cheia de cada mês do ano, de modo que os capítulos recebem o nome de cada um dos doze meses do ano. Com isso podemos deduzir que Stephen King planejou a história de modo que ela transcorresse no período de um ano, entre janeiro e dezembro, que são respectivamente os capítulos iniciais e finais do livro.
Foram muitas as coisas das quais gostei nesse livro, como o lobisomem em si: um autêntico monstro de histórias de terror, deixando um rastro de sangue e víceras por onde passa. O texto não se preocupa em justificar ou dramatizar o monstro, focando no terror que a criatura causa nos habitantes da pequena cidadezinha: de início um terror similar ao que um assassino em série humano causaria e depois um terror ainda maior, quando algunus habitantes se dão conta de que o responsável pelas mortes de humanos e animais na região não tem como ser um simples humano. Neste ponto, o terror no coração dos habitantes atinge uma vibração mais sinistra, pois ele se mistura com o medo do desconhecido; do sobrenatural.
Devo alertar os interessados em ler o livro, que vou acabar dando mais alguns spoilers a seguir (nada muito gritante, para quem já assistiu ao filme inspirado nesse livro e do qual falarei brevemente mais adiante, mas ainda assim um spoiler para aqueles que desejam desfrutar de todas as surpresas que o livro pode trazer e que desconhecem o filme).
Também gostei bastante do herói dessa história: um garoto de dez anos que, mesmo preso a uma cadeira de rodas, torna-se o caçador do lendário monstro...
Vou desenvolver um pouco mais o meu apresso pelo pequeno Marty: o garoto é até então o únivo que sobreviveu ao ataque da criatura, deixando o monstro cego de um olho. Graças a isso Marty descobre a identidade do lobisomem: não apenas por causa do tapa-olho, mas também devido à estranha semelhança entre o rosto humano daquele que se transforma na criatura lupina com sede de sangue. A partir dessa descoberta, o pequeno Marty toma uma decisão: a de perseguir e pressionar o monstro de um jeito inusitado, instigando a fera a vir ao seu encontro. Sobre como o Marty faz isso, certamente que não vou dar spoiler algum e espero sinceramente que leiam o livro para descobrir.
Então, com uma pequena ajuda do seu tio Al; o mesmo que forneceu (escondido dos pais do Marty) os fogos de artifício que o garoto usou para cegar o lobisomem, o garoto consegue sair vitorioso em sua batalha final contra o monstro sanguinário.
Eu ababo de ler esse libro pela primeira vez, mas eu já conhecia a história graças ao filme que o adapta e cujo título é "Bala de Prata" ou "Silver Bullet" no original.
Esse filme foi um dos marcos de filmes de terror da minha infância, motivo pelo qual ele inspirou um dos meus personagens no conto "A Rua dos Anhangás": o padre Roberto.
A única coisa que eu posso criticar nessa obra é que ela é muito curta, visto que eu queria ler mais sobre esse monstro clássico. Mas como isso não é coisa que se critique em conto, vou apenas dizer que gostei muito de esquentar minhas noites frias de junho e julho de 2024 com essa história.
Se eu pudesse fazer um pedido ao Stephen King, seria pedir por um livro sobre lobisomens maior, com algumas centenas de páginas. Adoraria ver o que o mestre do terror faria.
Como não posso pedir absolutamente nada para ele, vou ficando por aqui, com meus próprios contos e livros ainda inacabados. Quem sabe eu ainda não resolve escrever também sobre lobisomens algum dia... 🐺